Por Fred*
...Assim fique registrado na história, para conhecimento de todos os brasileiros, perpétua lembrança das gerações vindouras... (Decreto Lei 14.334 – 30/11/44 - Emancipação Política e Administrativa)
Livro “Mirandópolis Sua Evolução no Século XX” – Alcides Falleiros - Pg. 123
Quando este histórico fato aconteceu, estávamos em pleno regime instituído pelo chamado Estado Novo, criado com o Golpe de Getúlio Vargas, em conseqüência, os municípios não gozavam de inteira autonomia administrativa como hoje. Os prefeitos eram nomeados pelos interventores federais nos Estados e o Poder Legislativo Municipal era exercido pelo Departamento de Municipalidades.
Muita coisa mudou, mas permanece em nós brasileiros a falta de memória para os fatos realmente importantes.
Lembra-se pouco de assuntos relevantes e dá-se vazão a picuinhas e factóides.
Com certeza dirão: - Tudo bem... Isso é comum a cidades pequenas!
Não sei... Quando a vaca comeu o diploma fomos lembrados e viramos chacota em todo o país. Recentemente houve o problema com a salmonela e etc. e etc.!
E o dia de nossa emancipação política e administrativa, me diga sinceramente – Você sabe? Lembra-se?
Pois é agora temos a possibilidade de lembrar dessa data e de uma época em que os engajados moradores de nossa cidade faziam acontecer.
Além do próprio fundador, Manoel Alves Ataíde, poderia lembrar aqui o autor do livro que citei no início dessa matéria, Alcides Falleiros, Idanir Antonio Momesso, Joaquim Alves, Valter Victor Sperandio e tantos outros.
Desde o longínquo 30 de novembro de 1944, Mirandópolis vem se desenvolvendo rapidamente e transformando-se em um pólo de atração de migrantes oriundos de todas as regiões do Território Nacional, principalmente do Nordeste. Esses forasteiros (pioneiros), profissionais de todas as lides, e até mesmo sem profissão alguma, procuram por aqui, com engajamento e fé, encontrar trabalho efetivo e bem remunerado.
Os bolsos vazios e o coração cheio de esperança, todos querem paz para viver, trabalhar e prosperar.
E aqui estamos nós, descendentes destes valorosos senhores e senhoras, que nos transferiram esta responsabilidade de continuar a história.
É importante destacar aqui que a lembrança e comemoração do verdadeiro dia de nossa emancipação política e administrativa, em nada interferem ao dia já estabelecido (24 de junho) dia em que, invocando a benção divina e a intercessão de São João Batista, escolhido padroeiro, nosso povo ergueu um grande cruzeiro de aroeira, convictos de que, também em torno desse símbolo maior de cristandade, se levantaria a cidade que idealizariam e se chamaria “São João da Saudade”, “Cidade de Paulicéia”, “Comandante Arbues” e por fim já em 1936, MIRANDÓPOLIS!
Cá estamos em outro milênio e século em uma ótima cidade pra se viver, mas ainda com muito por se fazer e conquistar.
Muita cana e penitenciárias, monocultura e pouca chance de novos empregos. Continuam os jovens se formando e indo a outros lugares para a sua realização profissional. Comércio e funcionalismo público sustentando essa população economicamente ativa – até quando?
Sonhamos todos pelo crescimento industrial, universitário, humano e enquanto isso não acontece, sangramos pelo marasmo técnico, coisa que nossos antepassados abominavam.
Temos que comemorar sim, suplantando qualquer inoperância, sonhando em uma tarde de primavera com o progresso que nos realizará.
*Fred Escritor e Jornalista MTB 46.265
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário