Yuba, as fotografias de Lucille Kanzawa
Lucille Kanzawa é descendente de japoneses. Seus avós paternos chegaram na década de 1920 na região de Mirandópolis no interior de São Paulo. Lucille foi durante muitos anos aeromoça e assim, voando, conheceu outros mundos. Lucille é uma mulher sorridente. Parece menina. Lucille não gosta de ser chamada de fotógrafa mas já ganhou o prêmio Porto Seguro de Fotografia, expôs suas imagens na Pinacoteca, na Caixa Cultural e agora publica o seu livro "Yuba".Yuba é uma comunidade agrícola situada no interior de São Paulo que foi idealizada por Isamu Yuba. O pai de Lucille era o médico que lá cuidava de todos. Quem visita a comunidade logo encontra um painel que diz "Cultivamos primeiro as pessoas, depois o café". Trabalho e arte são dois dos pilares que sustentam a vida nesse distante recanto.Lucille precisou se ramificar por outras terras até perceber que era nas suas raízes onde morava o segredo que a sua alma viajante tão intensamente buscara. Por isso, mas não somente, "Yuba" é um livro único, resultado de um olhar amorosamente comprometido. Quase uma comunhão...As fotografias de Lucille são ao mesmo tempo um concreto retrato do seu povo e um auto-retrato inconsciente.
O livro será lançado pela Terra Virgem Editora neste sábado, 1º de maio de 2010, na Pinacoteca de Estado de São Paulo. A escolha do dia você deve ter percebido, não foi por acaso.
Roberto Linsker - 30/04/2010
Livro reúne fotos de comunidade rural japonesa em SP
Revista Isto É
A citação de Leon Tolstoi (escritor russo, autor de Guerra e Paz) no início do livro de Lucille Kanzawa, 36 anos, resume, com precisão, a vida e a obra dessa fotógrafa: "Se queres ser universal, começa por pintar a tua aldeia". Depois de rodar o mundo como comissária de bordo, a fotógrafa retorna à comunidade em que cresceu em Mirandópolis (608 km de São Paulo) para registrar o cotidiano de um povo que vive da arte e da lavoura.
Lucille nasceu perto de uma pequena comunidade rural criada por imigrantes japoneses e batizada de Yuba (sobrenome do seu criador, Isamu Yuba). Em seu auge, na década de 40, cerca de 300 pessoas moravam em 40 alqueires de terra - sobrevivendo da agricultura, da criação de galinhas e de práticas artísticas, como o balé e a música clássica. "Essa comunidade ficava, praticamente, no quintal da minha casa. Meu pai, Yoshito Kanzawa, era amigo dos fundadores e atendia a seus habitantes sem cobrar nada. Em consequência disso, eu passei a minha infância brincando na comunidade, mexendo na terra e ouvindo a música deles", conta Lucille.
Como acontece com quase todos os adolescentes, Lucille começou a achar que Mirandópolis e a pequena comunidade Yuba (que se mantinha com apenas 90 habitantes) não bastavam. Ela queria conhecer outros lugares, explorar novas possibilidades. Não por acaso, decidiu ser comissária de bordo. "Corri o planeta. Fui para todos os lugares que sonhei. Era uma cidadã do mundo", diz a fotógrafa, que visitou cerca de 45 países, entre eles Índia, China, Marrocos, Israel e Mianmar.
Até que, um dia, Lucille se surpreendeu sonhando com a sua modesta cidade natal. Mais do que isso, com a comunidade Yuba. "Voltei para casa, para as minhas origens e comecei a fotografar as pessoas, o cotidiano delas e as particularidades daquela vida", lembra. O resultado desse trabalho são 66 fotos que compõem o livro "Yuba", que será lançado amanhã na Pinacoteca do Estado. No evento, haverá um espetáculo de dança, com bailarinos da comunidade Yuba. O grupo irá apresentar três coreografias, criadas pela professora e coreógrafa japonesa Akiko Ohara, que mora em Yuba e não fala uma palavra de português. As informações são do Jornal da Tarde.
Livro 'Yuba', de Lucille Kanzawa. Lançamento amanhã, das 11h às 14h. Pinacoteca do Estado: Praça da Luz, 2. Tel. (011) 3324-1000. Grátis.
sexta-feira, 30 de abril de 2010
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ResponderExcluirParabéns Lucille!!!
ResponderExcluirsomente lamentei por ver a reportagem hoje dia 09
queria realmente ter ido a Pinacoteca prestigia-la!
mas vou a procura do livro!